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domingo, 22 de janeiro de 2012

ORGÂNICOS, ECOLOGISTAS E MÉDICOS ALERTAM SOBRE AGROTÓXICOS

Revista nacional planta defesa dos agrotóxicos que ciência vê como veneno nos alimentos

Entre as matérias mais polêmicas da semana está o post a seguir, que nos foi encaminhado por e-mail pelo jornalista ambiental de São Paulo, Randáu Marques, postagem que desde sexta-feira vem também sendo discutida nas redes sociais, médicos, nutricionistas, bromatologistas, ecologistas e agricultores que produzem alimentos orgânicos vêm alertando constantamente sobre os riscos destes venenos contaminarem os lencóis freáticos, o meio ambiente, e se transmitirem aos consumidores na hora de comer, eles estão propondo alimentos cada vez mais naturais e limpos, além de uma agricultura orgânica, ecológica, resolvendo o problema na raiz. Porém, para a surpresa de muitos, uma revista da grande mídia nacional abriu espaço para uma defesa meio que absurda ou sem fundamento científico dos agrotóxicos na agricultura, gerando suspeita de manipulação de informações ou da submissão deste veículo de comunicação a interesses do setor. Este é o tom do artigo da engenheira especializada Flávia Londres que reproduzimos a seguir para sua informação e para alimentar este debate saúdável. (Padinha)

A contaminação do meio ambiente e dos alimentos é risco real do uso de agrotóxicos

Entidades socioambientais lutam contra agrotóxicos e por alimentos orgânicos



Os benefícios dos agrotóxicos no fantástico mundo da Veja, escreve Flávia Londres

"A revista Veja publicou uma matéria buscando "esclarecer" os brasileiros sobre os alegados "mitos" que vêm sendo difundidos sobre os agrotóxicos desde a divulgação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), dos dados Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos referentes ao ano 2010. A revista se propõe a tranquilizar a população, certamente alarmada pelo conhecimento dos níveis de contaminação da comida que põe à mesa. Os entrevistados na matéria são conhecidos defensores dos venenos agrícolas, alguns dos quais com atuação direta junto a indústrias do ramo – como é o caso do Prof. José Otávio Menten, que já foi diretor executivo da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal), que reúne as empresas fabricantes de veneno. A revista afirma que chamar os venenos da agricultura de "agrotóxicos" seria uma imprecisão ultrapassada e injustamente pejorativa, alertando os leitores que “o certo” seria adotar o termo "defensivos agrícolas". Não menciona que a própria legislação sobre a matéria refere-se aos produtos como agrotóxicos mesmo. A Veja passa então para a relativização dos resultados apresentados pelo relatório do Programa de Análise, elaborado pela Anvisa, fundamentalmente minimizando a gravidade da presença de resíduos de agrotóxicos acima dos limites permitidos. Para isso, cita especialistas alegando que os limites seriam "altíssimos", e que, portanto, quando "um pouco ultrapassados", não representariam qualquer risco para a saúde dos consumidores. A verdade é que a ciência que embasa a determinação desses limites é imprecisa e fortemente criticada. Evidência disso é o fato de os limites comumente variarem ao longo do tempo – à medida que novas descobertas sobre riscos relacionados aos produtos são divulgadas, os limites tendem a ser diminuídos. Os limites "aceitáveis" no Brasil são em geral superiores àqueles permitidos na Europa – isso pra não dizer que aqui ainda se usa produtos já proibidos em quase todo o mundo. A revista também relativiza os riscos de longo prazo para a saúde dos consumidores, bem como os riscos para os trabalhadores expostos aos agrotóxicos nas lavouras. Mesmo diante de tantas provas, a Veja alega que, não haveria comprovações científicas nesse sentido. A reportagem termina tentando colocar em cheque as reais vantagens do consumo de alimentos orgânicos, a eficácia dos sistemas de certificação e mencionando supostos "riscos" do consumo de orgânicos. A revista alega que esses alimentos "podem ser contaminadas por fungos ou por bactérias como a salmonela e a Escherichia coli." Só não esclarece que, ao contrário dos resíduos de agrotóxicos, esses patógenos – que também ocorrem nos alimentos produzidos com agrotóxicos – podem ser eliminados com a velha e boa lavagem ou com o simples cozimento. Da revista Veja, sabemos, não se poderia esperar nada diferente. Trata-se do principal veículo de comunicação da direita conservadora e dos grandes conglomerados multinacionais no País. Mas podemos destacar que a publicação desse suposto "guia de esclarecimento" revela que o alerta sobre os impactos do modelo da agricultura industrial está se alastrando e informações mais independentes estão alcançando mais setores da população – ao ponto de merecerem esta tentativa de desmentido pela Veja e pela indústria". (Flávia Londres)

Fontes:  Radioagência NP
              Veja
              www.vermelho.com.br
              http://folhaverdenews.blogspot.com

3 comentários:

  1. José Alexandre Ribeiro, presidente nacional da associação dos produtores e processadores de alimentos orgânicos, assim como o médico Lázaro Ribeiro, especializado em medicina natural, com certeza se manifestarão sobre esta polêmica após esta publicação aqui no nosso blog de ecologia deste comentário de Flávia Londres.

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  2. A busca da agricultura biodinâmica, ecológica, natural ou orgânica (são várias denominaçãoes da mesma tendência) é o resultado da evidência científica na atualidade dos malefícios da utilização pela agroindústria de agrotóxicos, considerados como veneno, podendo contaminar também a água, nos lençóis freáticos, o meio ambiente e ameaçar a saude das pessoas, no trabalho no campo e na mesa dos consumidores.

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  3. Misturando "defesas" como a matéria da revista Veja, denunciada pela engenheira agrônoma Flávia Londres, mais a recente aprovação por parlamentares da Câmara e do Senado em Brasília de um novo Código Florestal, com alguns pontos na lei que configuram retrocessos e concretizam a força do lobby ruralista e dos agrotóxicos, isso aumenta a necessidade de um alerta neste assunto. E de a Presidente Dilma vetar o novo CF tal como ele está, avançando e assim atualizando de fato esta lei ambiental.

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